terça-feira, 12 de outubro de 2010

Conciências brancas



É de chumbo
o chão que florece
a textura da flor

É humano
o prédio que cresce
o céu que escurece
A chuva que desce

Por aqui
o cimento endurece
com o suor negro
das conciências brancas

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Any Body's freedom haikai


Easily I would
be in love with the sweetful
smiley of a warm freedom

Doce


Às vezes penso em me matar
Pra ver se'inda volto no tempo
Pra ver se me escondo do senso
da minha liberdade oculta
às vezes penso no que
poderia ter
acontesido se
sem timidêz
pudesse me
livrar de
uma vez por todas
do
se

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Artigo: Definindo...


Certo dia, um estudioso de literatura,
Com toda sua curvatura
Me aconcelhou tirar, às duras, os artigos definidos
dos poemas que compunha...
O sujeito revirou
A página do articulado poema
Os riscos cortaram as rodas
As causas de sua coerência, me deram sono...

Que sujeito mais indefinido...

(Aquele abraço pra Raimundo Carreiro e Ezra Pound)

Sobre Quem Escreve Poemas


Me chame: Qualquer
por que os sãos já esqueceram meu nome.
Me chame: Qualquer, de qalquer forma
Pois sou o rosto mais conhecido que você nunca viu,
A pele mais áspera que você nunca tocou,
A saliva mais ácida que você nunca provou.
Qualquer nome é o meu.
A qualquer idade envelheço.
A qualquer amor me ofereço.
Em qualquer pedaço de papel me esqueço.

Não tenho forma,
Sou de mentira
Sou qualquer palavra,
Uma palavra: Qualquer

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Agoniado



-->
Hoje eu acordei tão cedo que o céu ainda estava escuro
A pouco eu acabei de pular o muro das vontades nulas
Sobre o denso vapor de um cigarro sequer
Uma rua qualquer me sustenta sem pé nem cabeça
Hoje eu acordei sem pé nem cabeça
Com o amor enterrado esperando que uma alma cresça
Tão confuso, sem um oriento, inerente à...
Hoje eu acordei com o mal amarelando meus dentes
Tu sentes?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Passárgada: so far way


Eu preciso sair daqui
pra bem longe
pra um lugar onde a saudade me crie
Onde a saudade nasça
Onde creça a saudade
um lugar onde a saudade se reproduza
Até que eu morra de saudades

domingo, 27 de junho de 2010

Ending


Meagering like mud,like water, like a human
Meagering as pencil graphite, as something that meagers conscientiously
Slowly and vacant like love meagers…

Cansaço


Uma caneta na mão
e um pensamento na cabeça
Oportunidade quase extinta
Por um tempo temí não pensar
Uma cabeça na caneta
e um pensamento nas mãos
Não morri, fui dar uma volta
cheguei:
À vossa desposição...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Rega a dor


O céu chora alto
enquanto esse cheiro insuportável de morte me sufoca
A noite parece uma escrava negra chorando após o violento

O poeta perguntou a Deus
o porquê dessa chuva tão forte.

Impaciente ele respondeu:
Estou regando os homens
pra que um dia eles cresçam.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Homo Sapiens Sapiens Bomb


Eu vou explodir!

Cerquem a área
preparem-se

Eu vou explodir!

Protejam suas caras, suas casas
Plastifique suas janelas

Eu vou explodir!

E cuidado com minha cabeça
Pois essa será a única parte
do despedaço que me sairá inteira.

Chronos Humano II


De que servem os postes?
a luz elétrica?
a própria eletricidade?

De que servem as ciências das máquinas?
A evolução de uma ampulheta?

- Espero ansiosamente outro cometa!]

terça-feira, 15 de junho de 2010

Chronos Humano


Todas as noites eu me descubro
Coisas que nem imaginava
que caberia a pessoas como eu
Talvez até nunca pensar
Quebrei a promessa quando falei pro tempo que
Permitia mudar
Certo dia eu decobri
que todos os dias são errados

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Árvore


Do mesmo chão que nascem os coqueiros
Brotam também, os enormes postes de ferro
Se a arvore dá côco
Será que a luz é o fruto que o poste dá?

domingo, 13 de junho de 2010

Meio Destino


Logo então aquela cartomante
de riso forçado
me falou que eu tropeçaria
nas flores
Portanto reforçou, para que eu não me preocupasse
que aquilo só aconteceria quando estivesse mais velho
Levantei a mão
com olhar indiferente
segui o caminho vermelho daquela calçada
reta e irregular
Distraído e pensativo tropecei em um vaso de flores
espinhosas

Dois minutos mais velho.

sábado, 12 de junho de 2010

Hélice


Quantos homens se matam ao redor de mim?
Quantos tempos se perdem e eu nem sei dizer.
Cortes largos nas costas me acordam, enfim...
Muitos caem, se jogam e eu sei por quê!

Você está vendo aquela hélice lá no alto?
Bem, na verdade é minha cabeça que não pára de girar.
Com quantas tardes se faz um vício irreversívelmente reversível?
Com quantas letraas se faz um grito?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pós Moderno


Os pneus do mundo
giram as rodas
dos carros
Uns pássaros rasgam
as asas de um
vento chumbado
Pessoas correm no
rastro de um
tempo parado...

Instalaram um motor no mundo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Hoje Blues


Hoje também é o dia em que o ano termina
Mãos nos bolsos e uma vida na cabeça
Pensamentos sobre algo que se apaga aos poucos na fumaça de um cigarro
Boa noite a todos
meu nome é insensatez
Ultimamente ajo sem pensar
Penso sem ajir
Ultimamente sinto frio e amor
E alguma coisa se apaga na seda de um Free Box
Verdade que o mundo é grande demais pra pensarmos
na insignificância desse ultimo dia dia

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Poema de Terror


Queria escrever um poema que colocasse medo no mundo
Falei em fome, O terceiro mundo estremeceu
Falei em Deus, O Oriente médio parou
Falei em terrorismo e a grande potência mundial se escondeu embaixo da mesa
Desculpe, querido Poe, mas corvos e gatos pretos não assustam mais ninguém.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Alien I


Um dia de homem
Outro dia de cão
Fumando um free box
Para a destruíção
Da
Camada
de
Ozônio

Um dia: miséria
Outro dia: demente
Mascando um chiclete
Para a destruição
Dos
Meus
Próprios
Dentes

Lutando contra si próprio
Consegue-se ser tão revolucionário
E rebelde]
Quanto
Um
Sal
de
Andrews!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Aquela Quarta




Era dia
Um asfalto quente soprando folia
Era frio, mas ninguém sabia
Fervia o eiro
Quarta de fevereiro
E ninguém quase dormia
Foi difícil acreditar que os dias
se cansam, e se retorna o breu
Foi difícil aceitar que era dia
de deixar de ser eu
pra ser assim,
pr’eu voltar
a ser a máscara de Deus

domingo, 6 de junho de 2010

Gris


Minha cara é a cara do dia
Pálido e chuvoso.
Simetria, simetria
Entre o claro
e o que me resta.
O tempo e, em paralelo, a minha existência

sábado, 5 de junho de 2010

Endoscopia


Faça uma endoscopia em mim e veja quem eu realmente sou por dentro.

Fígado
Rins
Músculos
Sangue
Pulmão

Amor? Que órgão é esse?

Ossos
Cartilagens
Membranas
Tripas
Coração?
-Coração.

Amor? Que órgão é esse?

Doutor, Por tudo que é mais sagrado
Faça-o matéria
E o quanto antes
arranque-o de mim

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Negra Pele Fragrante


A malha lisa de tua pele
e o cheiro eterno dela]
Me inebria como nenhuma drogra consegue.
Eu quero mais o teu olhar
Eu quero mais o seu suor, o que você quiser me dar.
Eu sou a sua melhor invenção
Sou a melhor parte de mim com você

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Locução Adjetiva


Dia de Sol
O vento sopra sempre do sabiá sa asas
O silêncio se perde no tilintar do copo
de vidro]
Marieta e seus copos de vidro
Sempre de vidro
E o sabia sempre de vento
No céu cheio de nuvens
As asas do sabiá sopram o vento
Enquanto desaparece no céu de vidro
de vidro]
de vento]
O sabia e seu vento de céu, de nuvens
Um indivíduo e seu sossego
de vento]
de céu]
de núvens]
[de asas
de vidro]

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Do Brega Romântico do Botequim do Fim da Esquina da Minha Cabeça


Desisti da minha vida de poeta
O céu não tem mais cores
As flores não tem mais cheiro
A vida já tem sentido
Já me conformo com a solidão
Pois já cansei de me perder e te encontrar em outros braços
Desisti de ser poeta
De que adianta a esperança?
De que adiantou todas as vezes que me travesti de palavras para dizer-te a verdade e dar voz ao que sobrava de minha alma
Eu cansei
Desisti de ser poeta
Destruí a minha honra
Queimei teu rosto de papel
Com o mesmo inflamável que ingeria
Desisti de teus braços, tua pele e tua presença
Eu cansei de ser você
Desisti da minha vida de poeta
Pois não enxergo mais teus olhos no negro na noite
Teus cabelos já não são a cor do trigo
Tua voz não é aquela que me acalma
Desisti de observar o céu, os sons, as cores
Desisti do amor e de você
Desisti da poesia


Hebert Lima

terça-feira, 1 de junho de 2010

Pedido de Casamento


O círculo acaba no começo
Você acaba em mim
Eu acabo em você
Nós, juntos, somos um único círculo
Inacabável e eterno
Você acaba onde eu começo
E vice-e-versa
Só te peço pra nunca acabares por acabar
Seja meu começo
Que eu sempre serei o seu fim e começo
fim e começo e fim e começo...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Caramujo


O lôdo do muro de lá de casa cria caramujo
Enquanto no batente, à frente, um velho chora de fome
Maria recolhe o resto do almoço,
mete numa sacola e leva pra ele
Mesmo sem dentes sorri um sorriso belo
E vai embora com uma casa nas costas

domingo, 30 de maio de 2010

O homem que come


Pichou lata de lixo
Com um amarelo fome
O homem que come
Para que o louco da Tamarineira
Quando fugir
Saber o que comer

sábado, 29 de maio de 2010

Toda tarde (8 horas blues)


Em toda tarde existe um eu
Calado, casto, taciturno
E cada segundo é um sumo,
resumo do notável br'eu
à porta bate um singelo desespero
Toda tarde tarda]
O ar esgana um esfumaçado e aspero suspiro
Toda a tarde tarda]
Tusso
-Quem é?



Hebert Lima

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Saliva do Recife



Com saliva o recife
Me lambe
Insensando com o seu mal hálito
Todo o meu corpo
Me sinto louco como a noite
E livre como um louco



Hebert Lima

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Finando como o definho


Definhando como lama, como água, como humano
Definhando como grafite de lápis, como algo que definha conciente
Devagar e vago como o amor definha...


Hebert Lima