sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Artigo: Definindo...


Certo dia, um estudioso de literatura,
Com toda sua curvatura
Me aconcelhou tirar, às duras, os artigos definidos
dos poemas que compunha...
O sujeito revirou
A página do articulado poema
Os riscos cortaram as rodas
As causas de sua coerência, me deram sono...

Que sujeito mais indefinido...

(Aquele abraço pra Raimundo Carreiro e Ezra Pound)

Sobre Quem Escreve Poemas


Me chame: Qualquer
por que os sãos já esqueceram meu nome.
Me chame: Qualquer, de qalquer forma
Pois sou o rosto mais conhecido que você nunca viu,
A pele mais áspera que você nunca tocou,
A saliva mais ácida que você nunca provou.
Qualquer nome é o meu.
A qualquer idade envelheço.
A qualquer amor me ofereço.
Em qualquer pedaço de papel me esqueço.

Não tenho forma,
Sou de mentira
Sou qualquer palavra,
Uma palavra: Qualquer

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Agoniado



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Hoje eu acordei tão cedo que o céu ainda estava escuro
A pouco eu acabei de pular o muro das vontades nulas
Sobre o denso vapor de um cigarro sequer
Uma rua qualquer me sustenta sem pé nem cabeça
Hoje eu acordei sem pé nem cabeça
Com o amor enterrado esperando que uma alma cresça
Tão confuso, sem um oriento, inerente à...
Hoje eu acordei com o mal amarelando meus dentes
Tu sentes?